segunda-feira, 8 de junho de 2009

Retratando-lhe a Natureza

Olhando da janela do comboio para os horizontes, vendo animais livremente andando pelos campos cheios de flores e borboletas, uma rapariga aproxima-se de mim. Loira de olhos azuis, tamanho médio, bem apresentada, era a sua caracterização física. Era uma beleza de rapariga. Convidei-a para se sentar ao pé de mim, quando deparei que a visão da mesma era ofusca. Não sabendo o que dizer, perguntou-me:
- Como te chamas?
- Afonso e tu?
- Leonor.
- Afonso, desculpa, importaste de me contar o que se vês lá fora? É porque eu gosto muito do cheiro da natureza, do suave que ela lança.
- Claro que não, é com muito prazer que te reescrevo todo o meu avistar!
- Pássaros de todas as cores, borboletas coloridas pousando de flor em flor, de pétala a pétala. Rosas, tulipas, amores-perfeitos, todas essas plantas vivas com seus filhos nos seus caules, como um pintainho a sair de um ovo, querem ganhar vida num outro orbe. Árvores verdes cada vez mais altas, pedregulhos enormes enfeitando toda a floresta, animais acasalando para criar seus rebentos, peixes mergulhando nos extensos rios de agua pura. Céu limpo com nuvem mínimas, um sol radiante iluminado toda a vasta selva.
- Deve ser um mundo de grandes harmonias, de felicidade, sim, porque o meu mundo, ou melhor os meus olhos, não me permitem…
Ficando um pouco esquisita, um pouco atrapalhada na fala diz-me:
- Afonso, avista aquela ave e aquele enorme ninho!
- Onde?
- Ali ao pé da árvore, daquele eucalipto.
- Sim, já estou a ver, que maravilha de pássaro!
- Mas, Mas, como é que consegues ver se és cega?
- Não consigo, sinto, cheiro, vem daquele monte. Não fiques a pensar que lá por não conseguir ver nada, não quer dizer que seja uma inválida, porque sinto e cheiro com mais facilidade as coisas do que uma pessoa normal. As aves tem um som que se houve em toda a parte, os cegos tem mais facilidade de ouvir, o cheiro, ai o cheiro, é uma coisa brilhante, cheirar uma coisa é viver, cheirar a natureza é viver.
- Concordo contigo, sinto-me mais feliz com a natureza, partilho as minhas forças com as árvores, saudando-as de uma forma simpática, harmoniosa, coisa que é muito importante.
- Parece que cheguei ao meu destino! Também paras em S.Bento?
- Não, vou para S. Eugénia em Lisboa. Até qualquer dia e não te esqueças do que fala-mos, mais tarde irás reflectir sobre este assunto.
- Adeus e sinta com toda a energia a força que a natureza nos manda…

A árvore renascentista

As nuvens anunciavam a chuva, o sol desaparecia muito rapidamente, como se fosse um avião. Na sala de aula, tudo muito calmo, ouviam falar da natureza. A professora falava-lhes das várias espécies de árvores existentes no nosso mundo. Tudo ao pormenor era falado pela mesma. Uma árvore muito curiosa, ocupava um lugarzinho no jardim daquela escola. Gonçalo, um jovem de futuro cientista, olhava-a com um examinar esquisito. Investigava-a para a sua apresentação do trabalho para Biologia e Geologia.
Não conseguiu reter informação alguma sobre a mesma, ou porque seria raríssima ou porque ainda ninguém a teria investigado. Folha caduca, caule amarelo, rebentos vermelhos, folhas verdes e flores azuis. No dia da sua apresentação, este mostrou perante a turma fotos da mesma e um Power Point. Quando finalizado esta apresentação, caminhou com eles até ao jardim, que ficava num sitio escondido, um lugar onde nunca ninguém teria lá parado. Gonçalo, nunca se tinha aproximado tanto da árvore, falou aos colegas da sua investigação e retirou uma folha da pequena arvore. Mal retirada a folha, nasceu daquele rebento mais folhas. Curioso como era, decidiu cortar mais folhas. Desta nascia cada vez mais folhas. Como seria aquilo possível? – Perguntavam ao Gonçalo.

- Não sei! É inacreditável, é incrível.

Com mas curiosidade ainda, cortou o caule da árvore. Esta renasceu em 5 segundos ficando cada vez maior, e maior, e maior.