sábado, 19 de abril de 2008

Há casamento, mas não há filhos...

Era um lindo dia de verão. A minha filha Rita ia casar. Na véspera do casamento estava tudo a postos. Rita era uma rapariga de 20 anos, decidida a casar com um rapaz da mesma idade, que o tinha conhecido na universidade. O cabeleireiro, a Manicura, o restaurante, a florista…tinha tratado de tudo. Eram 11.30h. Os sinos já tocavam e Rita estava-se a preparar para entrar numa limusina. Rita ia toda de branco e o seu rosto brilhava mais do que o sol. Ele já ansioso estava sempre a olhar para o relógio, quando de repente ouve os sinos a tocar, a anunciar a chegada da noiva. Saiu da limusina, ansiosa para chegar aquela hora, aquele momento. Finalmente entrou. O pianista começou a tocar. É claro, que estava um pouco nervosa mas lá se encorajou. A cerimónia decorreu como o normal. Chegada a parte de dizer o “sim” ou o “não” e ai foi a parte mais emocionante. Rita emocionou-se mas logo disse o “sim”. Finalmente se concluiu a cerimónia. Estava muito contente com este dia. Passaram à fase seguinte. Foram para o restaurante onde estava tudo preparado: os aperitivos, a decoração das mesas, do bolo de casamento… Passado algum tempo começaram a servir o almoço. Eram 210 convidados dos quais amigos e família. Estava toda a gente animada naquele dia. Dançavam, cantavam e por vezes brincavam com as pessoas. Partiram o bolo e distribuíram por toda a gente, lá presente. Já eram 23.30h, quando começaram a ir embora parte dos convidados. Já estavam exaustos e muito aborrecidos: ou era por causa dos filhos, ou porque amanhã era dia de trabalho. Finalmente acabou o dia quando Rita e Gonçalo foram para casa fazer as malas e para contar o dinheiro que receberam de “prenda”. Fizeram as contas e ao todo receberam 3450€, mas também o prejuízo de contas que gastaram em lembranças, nas flores para a cerimónia…era imenso. No dia seguinte foram para Paris, passar a “Lua-de-mel”. Foi uma semana divertidíssima. Foi a melhor semana que a minha filha teve. Eu nunca tinha visto a minha filha tão alegre e feliz. Passados alguns anos, Rita queria ter um filho. Rita estava ansiosa depois daquela ideia que ela pensava concretizar. O marido recusou a ideia e disse-lhe para não tocar mais no assunto. Rita ficou muito desiludida quando o marido lhe deu a aquela resposta e perguntou:
- Porque é que não queres ter um filho?
- É pá! Já te disse. Não toques mais no assunto. Ouviste!!!
Gonçalo falou-lhe com ar agressivo que até metia medo. Parecia que lhe queria agredir… Desde ai Gonçalo nunca foi o mesmo. Tornou-se muito agressivo com a mulher e com a família. Um dia, Gonçalo e Rita tiveram uma relação sexual, como o habitual. Ai nesse mesmo instante Rita engravidou, sem saber. Dias depois começou a sentir dores de cabeça, vómitos e dores de barriga. Achou ao princípio um bocadinho normal, porque pensou que podia ser algo que ela comesse, que lhe fizesse mal. Mas esses sintomas continuavam, mas cada vez mais fortes. Um dia Rita foi ao médico saber do que se tratava. Fez exames e ecografias, até que descobriram que o mal se tratava de uma gravidez. Quando contaram a noticia a Rita ela logo ficou... Estava com medo da reacção do seu marido, pois ele tinha dito e deixado bem claro que não queria nenhum filho... Rita não sabia o que fazer, por vezes tentava fazer os possíveis para tentar disfarçar a sua barriga. Passado 2 meses tive que contar a novidade ao seu marido dizendo que estava grávida. Contou ao marido e para ele foi como se tivessem espetado uma grande facada no coração. Rita já esperava a reacção dele até que pensou que ele podia bater-lhe e fê-lo. Tratou-a muito mal até que ficou muito pior, quando soube que Rita andava de 2 meses e já não podiam sequer fazer um aborto. Rita ficou muito desiludida com o seu marido mas no fundo pensou depois de nascido que poderia ele ficar contente. Pensou ela. Passado 7 meses nasceu uma menina tão esperada por Rita. Nessa altura Gonçalo não a quis ver. Rita tinha pensado mal. Estava com ideias de que o Gonçalo a fosse ver. Passados alguns dias Rita saiu do hospital, onde tinha tido a sua filha. Chegou a casa e viu-a toda limpa, toda arrumada. Ao princípio Rita achou muito estranho mas depois logo pensou que tinha sido eu a limpar. Passados alguns meses Rita tentava mostrar a sua filha Catarina ao pai. Ele excluía-a, não a queria ver. Rita deu várias tentativas a Gonçalo mas ele logo as recusou, até que um dia ele quis pegar na Catarina. Rita estava com medo da reacção dele. Por momentos pensou que ele queria fazer mal á filha. Mal pegou nela soltou um sorriso. Um sorriso de alegria, que no fundo Rita ao longo daquele tempo nunca pensou que seria possível. Gonçalo continuou com a filha quando de repente começou a chorar. Ele viu logo que ela tinha sono. Esfregava os olhinhos como quem queria “nanar”. Gonçalo levou-a para o quarto quando ali, em cima da cama a adormeceu suavemente. Rita ficou pasmada quando viu que a reacção não era assim tão má como pensava. Nesse mesmo dia Rita veio-me contar o que se tinha passado. Confesso que na hora não queria acreditar no que estava a ouvir. Fiquei de boca aberta quando ela me contou. Gonçalo começou a cuidar da filha como se fosse a mãe. Começou a ajudar a Rita nos trabalhos da casa. A fazer o almoço, o jantar… Rita começou a ficar alegre com o seu marido. Um dia Rita foi trabalhar, quando Gonçalo ficou encarregue de tomar conta da sua filha. Estava um dia de calor quando Gonçalo decidiu dar um mergulho. Mal entrou na água a pequena Catarina começou a chorar. Gonçalo não a ouvia porque estava a nadar dentro de água. A Catarina estava aflita e muito aborrecida. Dali a 10 minutos Gonçalo sai da água. A pobre bebé já nem conseguia respirar. Ele estava aflito, não sabia o que fazer. Por momentos Gonçalo pensou que a menina estava a morrer. De repente, a bebé adormeceu sem mais nem menos. Parecia que tinha morrido, mas não. Estava cansada e aborrecida com o sono e adormeceu. Gonçalo pegou na bebé e chorou. Deitou-a na cama e foi rezar para com Nossa Senhora de Fátima. Pediu-lhe para que a filha não morresse e que ficasse bem. Depois de ter rezado, foi busca-la e deitou uma lágrima sobre ela, quando Catarina acordou. Gonçalo ficou de boca aberta, parecia um milagre. Passado algumas horas Rita chega a casa e vê o marido chorar muito. Rita perguntou o que se passava mas ele dizia que lhe doía o corpo. Tentou disfarçar mas não conseguiu convencer Rita. Logo depois, passado algum tempo Gonçalo contou a verdade e na altura Rita ficou desiludida com ele, mas logo viu que isso acontece a qualquer um, tinha sido um descuido que poderia ter levado a sérios problemas. No dia seguinte Gonçalo ficou encarregue de novo de tomar conta da sua filha. Desde o que se tinha passado no dia antes, Gonçalo começou a ter mais cuidado com Catarina. Nesse mesmo dia, Gonçalo adormeceu a sua filha e foi fazer o jantar, porque já era hora de jantar e Rita ainda não tinha chegado. Contudo Gonçalo acaba de fazer o jantar e vai ter com filha. Chegou ao quarto e quando viu que Catarina estava a deitar sangue pelo nariz enquanto dormia. Ficou assustado e preocupado. Gonçalo já estava farto daqueles problemas. Quando chegou a Rita, Gonçalo estava a chorar novamente, e ai ela perguntou-lhe o que tinha acontecido a sua filha, quando de repente olha para ela e ficou… No dia seguinte Rita veio-me contar o que se tinha passado com Catarina e, confesso, que na hora fiquei chocada com tudo. Dias depois Catarina tornou a deitar sangue. Gonçalo ai foi a médico imediatamente, antes que acontecesse alguma coisa. Rita chega a casa, não vê ninguém e ficou muito preocupada. Telefonou ao marido e ele não atendia. Tentou varias vezes até que Gonçalo atendeu. Ai Rita soube o que se passava com Catarina. Diziam que Tratava de uma veia que arrebentou. Gonçalo quando chegou a casa Rita foi com ele. Durante um mês, Catarina esteve bem e nunca mais lhe tinha acontecido nada. Ao fim do mês de Julho, numa noite escura, Catarina estava a dormir quando de repente começa com uma tosse muito grande, muito rouca, que Catarina nem conseguia respirar e que já sufocada desmaiou. Rapidamente Gonçalo chamou os bombeiros. Foi de emergência para o hospital, quando num espaço de 1 minuto os bombeiros disseram que Catarina tinha morrido. Rita nem queria acreditar e logo pediu para reanima-la, mas não resultou, disseram os médicos, até que Catarina deitou uma lágrima que logo de repente acordou. Gonçalo achou aquilo estranho, mas logo pensou e pensou até que descobriu que aquela lágrima de quando Catarina tinha chorado muito tinha sido ajuda de Nossa Senhora de Fátima, mas logo que raciocinou tudo agradeceu a Nossa Senhora. Afinal Catarina não morreu, estava viva. Quando Rita me contou tudo fiquei novamente chocada. Foram para casa. Catarina tinha tido alta, mas tinha que se ter muito cuidado, qualquer tossezinha poderia ser alguma coisa. Tratava de uma veia arrebentada, mas logo a queimaram. Desde ai nunca mais deitou sangue. Passava dias e corria tudo bem com Catarina, crescia e já estava muito grande. Era a neta mais linda. Passado 1 ano Rita engravidou. Ficou muito contente e Catarina também, ia ter um irmãozinho ou uma irmãzinha. Passado 3 meses de gravidez Rita foi fazer a primeira ecografia. Já dava para ver se era um rapaz ou uma rapariga. Quando Rita soube ficou muito contente, mas não era só um menino ou uma menina, eram um menino e uma menina. Eram gémeos. Passado 6 meses a barriga da Rita estava enorme, parecia que ia rebentar. Dali a horas Rita estava a comer um grande prato de massa com carne, quando de repente rebenta a bolsa de água. Foi directa ao hospital quando pelo caminho os filhos não esperaram e nasceram dentro da ambulância. Gonçalo disse-lhe que os filhos estavam mesmo com pressa de nascer. Rita começou-se a rir… Desde ai Rita cuidou dos seus filhos melhor que pode. Estava mesmo contente. Na hora que soube que tinham nascido os meus netinhos fiquei maravilhada e contente com a notícia. Passado um 1 ano, houve um concurso do casal mais feliz da freguesia. É claro que eles iriam participar. Participaram e ganharam uma viagem para eles e para os filhos até ao Brasil. Passaram uma semana maravilhosa. Quando chegaram a casa tinha uma placa a dizer “Casal mais feliz da freguesia”. De repente vira-se Rita para o marido a rir-se. Desde ai foram conhecidos como o casal mais feliz da freguesia.




FIM

1 comentário:

Anónimo disse...

História lindissima!!!


Parabéns!!